sexta-feira, 23 de outubro de 2020

A SOLTURA DO BANDIDO.

Vamos por partes. Vamos culpar quem, por esta cagada feita pelo Ministro Marco Aurélio? Fácil seria apontar o nosso dedo sujo para ele. Evidências para isso aparentemente não faltam. Senão vejamos; quem fez o pedido de soltura foi um escritório de advocacia em que um dos proprietários foi assessor do referido Ministro. Mas este senhor que veste a capa do STF não é doido. Ele não iria soltar um bandido de alta periculosidade sem que houvesse motivo para isso. E havia. Havia e a culpa é nossa também. Somos coniventes quando defendemos os oprimidos e queremos mais leis para punir o infrator. Daí o julgador, vendo-se diante de uma lei que o punirá se ele não cumprir uma lei, a cumpre deixando de observar outra, que vem de encontro a esta. Existem fortes evidências de que ele agiu de má fé. Mas teria mesmo sido comparsa de seu antigo serviçal? Teria quem sabe, sofrido algum constrangimento ou coisa pior? Pois este senhor está agora, sendo achincalhado e considerado o pior dos componentes do nosso Tribunal. Amanhã será outro o mártir. O que corrigiu o seu erro, está sendo o herói hoje, mas já foi o vilão de outra feita. Se não foi virá a ser. Seria de todo insano imaginar que é proposital este rodízio entre mocinho e bandido dentro daquele órgão? Não estariam eles em conluio, em um revezamento para que o povo que em sua imensa maioria, não possui discernimento suficiente para lembrar e fazer as devidas ligações dos fatos, separar o que é certo ou errado, amanhã os tenham todos como bondosos justiceiros? Tenho dificuldade de acreditar que quem tem reputação ilibada e notório saber jurídico cometa erros tão crassos como os que estão sendo cometidos por estes senhores. Decisões controversas, ainda se admite, mas quando vão totalmente ao arrepio da nossa Lei Maior, é de se desconfiar que algo há. Ou estão com medo que seja revelado algo de suas intimidades, ou estão a serviço de alguma entidade criminosa da qual são partícipes. O pior é que pode ser as duas coisas juntas.

Afonso Pires Faria, 23.10.2020.



Um comentário:

  1. Muito bom seu artigo acima sobre nossos Deuses do STF, e para concluir, admito que penso e acredito que o que ocorre são mesmo as duas coisas juntas mesmo.
    Dilson

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