É sempre temerário falar de assuntos polêmicos com os ânimos
ainda exaltados. Quando os fatos ainda estão sendo avaliados mais com o fígado
do que com o cérebro. É agora o caso da facada dada no candidato Jair
Bolsonaro. As evidências dizem que o ato foi cometido por um maluco que, sem
condições de discernimento suficiente para separar o que é lógico do que é
fantasioso, levou ao pé da letra tudo o que lhe falavam do candidato. Assim
como Lula ao dizer que Pelotas era um polo exportador de veados não o tornou um
homofobico, também não deveria tornar o candidato esfaqueado um racista por ter
se utilizado de uma medida diferente do padrão para se referir ao peso de um
afrodescendente. Se esta foi a causa real do atentado, o caso não é grave, é
apenas um alerta para os incitadores do ódio tomar mais cuidado com as
palavras, pois se sabe que a capacidade cognitiva média do povo brasileiro é
ínfima. Outra possibilidade que se aventa, e que eu não gostaria que fosse
verdade, e torço para isso, é que o elemento tenha tentado tirar a vida do
Bolsonaro com fins ideológicos e o pior, a mando de alguma organização. Toda e
qualquer dedução apressada é despropositada e perigosa. Existem vários vídeos
do momento do ataque e eles serão uma forte arma para se desvendar o que, de
fato ocorreu. O agressor foi preservado com vida e será interrogado. Algumas
imagens mostram que existiam mais pessoas coniventes com a atitude do portador
da arma branca. Se confirmado, é um fato que diminui a possibilidade da
primeira hipótese embora não a elimine. Somente será considerada frágil esta
tese de ação individual e impensada se, como algumas imagens se confirmarem de
que mais de dois elementos foram partícipes do ato. Se o elemento é maluco para
cometer um ato insano é compreensível, mas se consegue um comparsa para ajuda-lo,
já é difícil de aceitar. Mas dois, seria necessária uma cabeça pensante para
convencê-los de se agir com tamanha temeridade e não seria um maluco que o
faria. Que se espere alguma investigação mais precisa e que o caso não fique semelhante
a morte do presidente Kenedy, em cujo o pretenso assassino foi morto sem ter se
concluído todas as investigações, e nem como a do caso do prefeito Celso
Daniel, em que a maioria das testemunhas foram eliminados conforme as
necessidades. Seguimos esperando, caminhando e cantando, até que se esclareçam
os fatos.
Afonso Pires Faria.
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