quinta-feira, 13 de setembro de 2018

ESTÁ MUITO DIFÍCIL!!!!


A intensidade do sofrimento de uma perda se altera conforme muitas variáveis. Um objeto que se perde terá menos possibilidades de causar sofrimento do que o de um ser humano. Alguém que nos foi muito próximo, mas que se afastou a bastante tempo, quando de sua morte nos causa menos mal do que se o fato tivesse ocorrido quando ele ainda nos era íntimo. Se vivemos em uma família numerosa, a perda de um irmão possivelmente terá menos impacto do que se este fosse o único. O tempo com que convivemos com este ente é outro fator que pesa no grau de sofrimento quando da perda. Pois perdemos a Luly. Foi nossa companheira por 12 anos e convivíamos com ela 24 horas por dia, 30 dias por mês e 12 meses por ano. Poucas vezes nos afastávamos dela. Não se pode mensurar um sofrimento desta monta, nem o comparar com a perda de um familiar muito próximo. É uma perda diferente. O animal é passivo e está sempre pronto para lhe agradar, só depende de ti e, do jeito dele sempre te agradece aos benefícios recebidos. Pois eu perdi a Luly, que todos os domingos após o almoço ficava na porta do meu quartinho, pedindo, implorando para eu lhe levar para passear. A saída dos filhos de casa aproximou-nos ainda mais dela e ela de nós. Éramos somente 3 dentro de casa nos últimos meses, e o elo que nos ligava era ela. O ser irracional que nos escutava e nos entendia. Neste momento, menos de 6 horas de sua morte ainda está um vazio impreenchível dentro do nosso apartamento. Ela não estará mais na porta do quarto, como a me chamar, quando eu for dormir. Ela não pulará mais para cima da cama antes de dormir e ficar lá os seus 10 minutinhos como a nos dar boa noite. Está muito difícil. Está muito difícil.
Afonso Pires Faria. 12.09.2018.

Um comentário:

  1. Prezado Afonso, muito triste saber desta tua perda, também já tivemos o mesmo infortúnio há dois anos atrás quando perdemos o Théo, um salsichinha que passou 14 anos em nossa casa, e que viajava junto em nossas idas para B.Camboriu-Rs, foi um bichinho muito amado e muito companheiro nesses anos todos. Ainda hoje sentimos sua falta, que saudosamente amenizamos com suas fotos e lembranças dos momentos de carinho e afetos incondicionais. Abs. Dilson

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