A intensidade do sofrimento de
uma perda se altera conforme muitas variáveis. Um objeto que se perde terá
menos possibilidades de causar sofrimento do que o de um ser humano. Alguém que
nos foi muito próximo, mas que se afastou a bastante tempo, quando de sua morte
nos causa menos mal do que se o fato tivesse ocorrido quando ele ainda nos era
íntimo. Se vivemos em uma família numerosa, a perda de um irmão possivelmente
terá menos impacto do que se este fosse o único. O tempo com que convivemos com
este ente é outro fator que pesa no grau de sofrimento quando da perda. Pois
perdemos a Luly. Foi nossa companheira por 12 anos e convivíamos com ela 24
horas por dia, 30 dias por mês e 12 meses por ano. Poucas vezes nos afastávamos
dela. Não se pode mensurar um sofrimento desta monta, nem o comparar com a
perda de um familiar muito próximo. É uma perda diferente. O animal é passivo e
está sempre pronto para lhe agradar, só depende de ti e, do jeito dele sempre
te agradece aos benefícios recebidos. Pois eu perdi a Luly, que todos os
domingos após o almoço ficava na porta do meu quartinho, pedindo, implorando
para eu lhe levar para passear. A saída dos filhos de casa aproximou-nos ainda
mais dela e ela de nós. Éramos somente 3 dentro de casa nos últimos meses, e o
elo que nos ligava era ela. O ser irracional que nos escutava e nos entendia. Neste
momento, menos de 6 horas de sua morte ainda está um vazio impreenchível dentro
do nosso apartamento. Ela não estará mais na porta do quarto, como a me chamar,
quando eu for dormir. Ela não pulará mais para cima da cama antes de dormir e
ficar lá os seus 10 minutinhos como a nos dar boa noite. Está muito difícil.
Está muito difícil.
Afonso Pires Faria. 12.09.2018.
Prezado Afonso, muito triste saber desta tua perda, também já tivemos o mesmo infortúnio há dois anos atrás quando perdemos o Théo, um salsichinha que passou 14 anos em nossa casa, e que viajava junto em nossas idas para B.Camboriu-Rs, foi um bichinho muito amado e muito companheiro nesses anos todos. Ainda hoje sentimos sua falta, que saudosamente amenizamos com suas fotos e lembranças dos momentos de carinho e afetos incondicionais. Abs. Dilson
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