Dentre as técnicas
utilizadas para persuadir as pessoas, uma delas consiste em fazermos uso do
elemento surpresa. Uma criança era sempre castigada quando urinava na cama. Os
resultados obtidos eram nulos, a criança com a mesma frequência seguia molhando
as cobertas. Orientada por um psicólogo, os pais da criança a surpreenderam de
certa feita substituindo o castigo por um presente. O resultado? A criança
parou. É assim, às vezes nos surpreendemos tanto com a atitude do antagonista
que nos irmanamos a ele. Quando já se estava quase perdendo as esperanças de se
conseguir terminar com a violência nos estádios de futebol, apelando inclusive
por, em alguns jogos, adotar torcida única, eis que em um jogo o dono da casa
surpreende e une em um mesmo setor do estádio, as duas torcidas, tidas entre as
dez maiores rivais do mundo. Seria como combustível em contato com o fogo. Não
foi. E a torcida visitante, talvez pela surpresa, ou por constrangimento, não
causou nenhum problema à casa do visitante. Este também, na obrigação de
receber bem e cumprir com o esperado por todos, recebeu muito bem o seu
visitante. Tão simples. Basta lembrarmo-nos que não estamos mais no tempo das
cavernas e que existem outras formas de nos comunicar e de expressar nossos
sentimentos que não pelo contato físico. Um sorriso desarma qualquer ato de
animosidade. Mas não vamos esquecer a rivalidade, fica aqui o meu desafio aos
gremistas em que no próximo jogo, em sua casa, mostre que são mais pacíficos e
melhores anfitriões que o time com que rivaliza em campo.
Afonso Pires Faria – Março-2015
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