Ouvi dia 29 no canal de televisão NBR um café do ministro
secretário geral da presidência Miguel Rossetto, com blogueiros, todos
chapa-brancas. Fiquei encantado em ouvi-lo falar de um Brasil que eu não
conhecia ainda. Mas não foi só o país que se engrandeceu nas palavras do
ministro, o governo também. As perguntas foram todas no sentido de fazer com
que Rossetto falasse maravilhas do governo. A pergunta mais constrangedora foi
de uma blogueira que cobrou do governo uma atitude mais a esquerda em matéria
de reforma agraria.
Tenho visto falar que muitos brasileiros empresários e
profissionais liberais de alta estirpe, estão deixando o Brasil para morar no
exterior. Mas isto é facilmente recompensado, no sentido de se manter estável o
número de habitantes brasileiros pois sempre houve e sempre haverá migração, as
fronteiras dos países estão cada vez mais permeáveis, facilitando assim este
fluxo migratório. O problema é a qualidade do que estamos recebendo e o que
estamos exportando. Saem àqueles que produzem e pagam impostos e entram
elementos que dependem do Estado para sua sobrevivência. Se a vaca pasta menos
e tem que dar mais leite, vai que um dia adoece e morre.
O governo, vez por outra, tem que deixar de atender aos clamores
populares, caso contrario não seria um governo democrático e sim anárquico.
Deixar de atender aos anseios da maioria por um determinado tempo causa
desgaste ao governo, se o tempo e os anseios forem preteridos por um tempo
demasiado extenso, pode o governo sofrer uma derrota eleitoral, mas se forem em
doses homeopáticas, muitas vezes salva a nação. O que não se pode jamais é
ignorar a realidade. Um governo descolado da realidade pode não estar fadado ao
fracasso, mas a nação à que ele governa certamente estará. Qualquer semelhança
com o que estamos vivendo e com os discursos do nosso governo, não é mera
coincidência.
É logico que o
governo quer preservar as empresas e sacrificar os seus dirigentes. Foi assim
no mensalão, houve perdas de alguns elementos que ajudavam o governo em manter
os cofres do partido cheios, mas ficaram as instituições. Se prenderem todos os
dirigentes e todos os agentes do governo e seus intermediários, mesmo assim a
fonte não seca. Virão outros inocentes uteis prontos a se sacrificar pela
causa. Conta-se que os kamikazes japoneses ficavam torcendo para chegar a sua vez de dar a vida pela pátria.
Possivelmente existam outros “Zés”, na fila esperando para por a cabeça a
prêmio em defesa da manutenção do partido no poder. Mas isto não será possível
se as mantenedoras desaparecerem.
Afonso Pires Faria –
02.2015
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