Na década de 30, 40
e 50 do século passado, houve alguns autores que escreveram obras,
possivelmente inspirada no famoso livro “Utopia” de Thomas More. Com
significativo diferencial, estas obras tratavam de algo que não estava baseado
em uma utopia, mas sim em uma previsão de um mundo que poderia ser de fato,
vivido. Foram as chamadas obras distópicas. Quem nunca tiver lido nenhum destes
clássicos literário, procure fazê-lo. Se ler um deles, certamente aguçará a
curiosidade e passará a procurar outros. Alguns exemplos: George Orwell (1984 e
A Revolução dos Bichos), Aldous Huxley (Admirável Mundo Novo) e Ray Bradbury
(Fahrenheit 451). Se a leitura das obras lhe for penosa, leia uma. E mesmo
assim se não lhe aguçar a curiosidade, procure uma resenha que eu garanto que a
vontade de ler a obra brotará. Procure falar com alguém que tenha tido contado
com pelo menos uma delas, ou outros livros que tratem do mesmo assunto, que despertará
curiosidade sobre o tema. Seriam estas outras: (“O Senhor do Mundo”, “Nós” e “O
Homem do Castelo Alto”). Quem tomar contato com este tipo de obras pensará que
naquelas décadas foram paridos seres dotados do dom da premonição. Com um pouco
de atenção aos fatos atuais, veremos que o futuro que nos aguarda não é nada
prazeroso. Poderemos e, creio que deveríamos agir para impedir que tudo o que
foi previsto por eles se concretize. Sim, tudo, porque parte da coisa já está
posta.
Causou estranheza para alguns, a declaração do Presidente da
Argentina, Sr. Fernandez, de que um dos responsáveis pelo fracasso do
atendimento social em seu país seria causado pela resistência dos idosos em
permanecer vivos. O número de dependentes dos que trabalham está aumentando
desproporcionalmente, Deixou implícito que a solução seria inverter esta
sequencia. A forma de se fazer isso é que ficou na dúvida, e já que a
possibilidade de se criar empregos em uma economia já falida é praticamente
impossível, fica a outra opção, que mesmo sendo mais cruel, e por isso não pode
ser explicitada, seja acionada. Criou-se no nosso continente uma máxima de que
o estado é responsável por atender os desvalidos, os idosos e os demais que não
possam se sustentar. Aproveitando-se da situação, todo aquele que fica
vulnerável, não tem o menor estímulo a procurar recuperar a sua condição
financeira, tendo em vista que o papai estado tudo lhe supre. Cria-se aí um
círculo vicioso e, mesmo que inconscientemente as pessoas percam o ânimo. Além
de atender os desvalidos, para angariar simpatia das minorias, os governos de
plantão procuram atende-las. Estas minorias somadas, muitas vezes viram
maioria. E o ente que nada produz e arvora-se a atender o máximo de pessoas,
termina tirando de uma minoria que produz, para atender o pleito das várias
maiorias que lhe dão votos suficientes para que permaneçam no poder.
Afonso Pires Faria, 21.02.2023.
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