Se
nos distanciarmos dos fatos e levarmos em consideração os fatores morais,
temporais e legais do que está acontecendo no nosso país, relativamente a
anulação do processo de Luís Inácio, veremos que não existe nenhuma
anormalidade. Nada disso é culpa absoluta do Ministro que permitiu que isso
acontecesse. Tudo foi criado sob os auspícios democráticos e com o aplauso do
povo em geral, que clamava por democracia e direitos. Temos que ter o cuidado
para, ao criar monstros para nos proteger, e não permitir que eles se tornem
tão poderosos que venham a nos engolir. Liberdade, justiça, direitos e
igualdade, nos trouxe para onde estamos. Se somarmos a tudo isso um
culturalismo voltado ao relativismo, a receita fica bem ao gosto de quem pouco
ou nada de apreço tem a liberdade verdadeira. Agora, no calor da emoção, todos culpam
o “Carmem Miranda” por tomar a decisão de anular o processo que condenou Lula.
Estaria ele agindo totalmente ao arrepio da lei? Para nós, leigos, é claro que
sim. Nós nos ateremos a uma parte de nossa imensa legislação e acharemos
justificativa para isso. Isto foi também o que fez o magistrado. Olhou tudo o
que lhe convinha para agradar quem lhe colocou no posto e agiu para que a
“justiça” fosse feita. Não venham agora culpar aquele que consumou o fato. Ele
foi somente uma peça de toda a engrenagem da máquina que está a nos governar.
Não olhem somente para dentro de sua casa. Isto é feito, de uma forma ou de
outra, em todo o resto do mundo.
Com
o tempo, se tudo ocorrer dentro da anormalidade, o povo abrirá mão das esmolas
do governo. Terá a consciência patriótica de que o que está recebendo é
dispensável. Sim, o nosso país dará tantos benefícios aos seus habitantes que
eles serão legítimos patriotas. Chegará o dia em que a transmutação do
comunismo se esgotará e eles deporão as armas. As narrativas de guerra de rico
contra pobres, burguês versus proletário e rico versus pobre se demonstra
insuficiente, então apela-se para a divisão de classes. Então vamos dividir,
sim, dividir mais ainda, para podermos chegar ao poder. Brancos e negros,
homens e mulheres e gays e héteros, está se tornando também insuficiente para
provocar a discórdia mundial. Então temos que fazer a redução populacional
utilizando outros métodos, já que eles não se aniquilaram por si só. O negro
percebeu que o branco não lhe oprimia em nada. A mulher notou que ao se dedicar
tanto quanto o homem, obterá resultados semelhantes ou até maiores em algumas
áreas. Os gays estão vivendo a sua vida sem que sejam admoestados, exceto por
alguns idiotas, e não tem motivos mais, para se contraporem aos que escolheram
viver conforme os ditames conservadores. A vida deveria seguir seu curso normal
com pontos e contrapontos, ora um ora outro, sístoles e diástoles, ora dia ora
noite. Tudo de acordo com a normalidade Divina. Mas não. Eis que surge uma
doença para substituir a “aids”, que somente ceifava a vida de um grupo
restrito. Agora é um vírus que vai aniquilar somente a parcela indesejável para
os que ambicionam o poder total. No mundo o Covid, no Brasil, some-se a ele o
STF.
O
Brasil ainda é Brasil, mas estamos trilhando o mesmo caminho da Argentina, que
sonha ser uma Venezuela. Temos a oportunidade de quebrar este ciclo. Mas como?
Afonso Pires Faria, 15.03.2021.
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