O rapaz
vivia com o pai, senhor já idoso na faixa dos setenta e muitos. Estava nesta
situação a mais de dois anos após ter se separado da mulher por possuir um
gênio difícil. As desavenças com o pai estavam sendo mais frequentes. Vizinhos
não raras vezes batiam à porta para saber se estava tudo bem, pois ouviam
barulhos de objetos quebrados e alterações nas vozes no interior da casa onde
os dois moravam. Mas em um final de tarde, princípio de noite, o fato foi mais
marcante, o filho gritou com o pai e bateu a porta saindo em passos firmes para
a rua dando a impressão de que não mais voltaria. O rapaz que bebia bastante e
com frequência, dava ao pai sinais de que estava fazendo uso de drogas. O pai
chamou o filho às falas, o que o irritou sobre maneira. Aproximadamente às 22
horas os vizinhos ouviram gritos de desespero e de dor vindo do interior da
casa onde morava o rapaz com o pai. Chamaram a polícia, pois desta vez havia
prenuncio de tragédia no ar. Quando a polícia adentrou à casa deparou-se com o
filho sujo de sangue e o pai com uma faca cravada no peito na altura do coração
esvaído em sangue já sem vida, e a peça onde estava, com objetos quebrados num
visível sinal de ter ocorrera uma luta corporal no ambiente. A polícia levou o
rapaz para a delegacia e ao entrar na viatura policial foi xingado pelos
vizinhos com gritos de – assassino, assassino.
Esclarecido
os fatos, o pai havia sido vítima de um assalto e o filho havia chegado e
encontrado o pai já morto entrando em desespero. O ladrão foi preso logo em
seguida com alguns objetos furtados da casa e confessou o crime. Como podemos
ver, nem tudo o que vemos de fato é o que se parece. Todas as evidências
levavam a crer que o filho havia matado o pai devido as frequentes desavenças
entre eles, mas não. Ele era inocente.
Conto
este fato para liga-lo ao ocorrido nesta semana quando a presidente Dilma vetou
uma lei que permitia uma contribuição previdenciária menor para o empregador e
empregado doméstico, desiludindo os seus eleitores que acreditam em seu
discurso fácil de que dinheiro dá em árvores. Por outro lado demonstra uma
atitude quem sabe administrar com austeridade
aquilo que não lhes pertence. Como diz o ditado “tud depend del color, del
cristal con que se mira”.
Afonso
12.2014.
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