terça-feira, 20 de agosto de 2013

O peso da mão que impõe os direitos.


René Descartes (1596-1650), filósofo, físico e matemático francês, dizia que, “Não existem delicias extremas, nem extremos tormentos, que possa durar a vida inteira. O extremo bem e o extremo mal, são quimeras”.
O Estado foi criado para intervir na relação humana, para evitar que os homens lutassem entre si, para resolver contendas.  Este foi aumentando o seu tamanho e suas responsabilidades para com o povo e começou a regular outras atividades.  Em troca de proteção o “Leviatâ” está cada vez nos tirando mais espaço e despojando-nos, pouco a pouco do nosso livre arbítrio.
Sempre que o Estado nos quer tirar algum direito, arruma como argumento um pressuposto benefício para isto. Quando o governo nos brinda com o direito a saúde, ao mesmo tempo nos impõe condições para que possamos usufruir desta benesse.  Um exemplo singelo disto é a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança pelos passageiros de um automóvel, como justificativa para a concessão do benefício, e não como condição, é uma delas. As autoridades constituídas poderiam muito bem condicionar o pagamento de benefício ao uso do equipamento. Mas não, preferem obrigar o cidadão a fazer uso dele, pura e simplesmente. O uso obrigatório por alguém, de algo, somente deve ser imposto, se a negativa prejudicar a terceiros ou à sociedade.
Toda a vez que o governo interfere nos costumes de uma sociedade beneficiando o bem comum, será bem vinda. Agora utilizar-se da mão pesada, simplesmente para exacerbar de seu poder sobre os cidadãos, não é de bom alvitre.
Desconfie, portanto, quando o governo bonzinho, vier com um benefício, um pretenso novo direito para o cidadão. Para a concessão deste, certamente lhe será imposta uma obrigação bem mais pesada do que a do benefício. Assim como não existe almoço grátis, também não existem delicias extremas sem um extremo tormento como cobrança. E este é bem mais duradouro do que aquele.

Afonso Pires Faria – Caxias do Sul, 18.08.2013.

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