René Descartes (1596-1650), filósofo, físico e matemático
francês, dizia que, “Não existem delicias extremas, nem extremos tormentos, que
possa durar a vida inteira. O extremo bem e o extremo mal, são quimeras”.
O Estado foi criado para intervir na relação humana, para
evitar que os homens lutassem entre si, para resolver contendas. Este foi aumentando o seu tamanho e suas
responsabilidades para com o povo e começou a regular outras atividades. Em troca de proteção o “Leviatâ” está cada
vez nos tirando mais espaço e despojando-nos, pouco a pouco do nosso livre
arbítrio.
Sempre que o Estado nos quer tirar algum direito, arruma como
argumento um pressuposto benefício para isto. Quando o governo nos brinda com o
direito a saúde, ao mesmo tempo nos impõe condições para que possamos usufruir
desta benesse. Um exemplo singelo disto
é a obrigatoriedade do uso do cinto de segurança pelos passageiros de um
automóvel, como justificativa para a concessão do benefício, e não como
condição, é uma delas. As autoridades constituídas poderiam muito bem
condicionar o pagamento de benefício ao uso do equipamento. Mas não, preferem
obrigar o cidadão a fazer uso dele, pura e simplesmente. O uso obrigatório por
alguém, de algo, somente deve ser imposto, se a negativa prejudicar a terceiros
ou à sociedade.
Toda a vez que o governo interfere nos costumes de uma
sociedade beneficiando o bem comum, será bem vinda. Agora utilizar-se da mão
pesada, simplesmente para exacerbar de seu poder sobre os cidadãos, não é de
bom alvitre.
Desconfie, portanto, quando o governo bonzinho, vier com um
benefício, um pretenso novo direito para o cidadão. Para a concessão deste,
certamente lhe será imposta uma obrigação bem mais pesada do que a do benefício.
Assim como não existe almoço grátis, também não existem delicias extremas sem
um extremo tormento como cobrança. E este é bem mais duradouro do que aquele.
Afonso Pires Faria – Caxias do Sul, 18.08.2013.
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