quinta-feira, 17 de novembro de 2011

EU QUERO O BÔNUS DO ÔNUS DOS OUTROS.

O fato de haver uma corrupção, ou no Brasil ou em qualquer outro país, não deveria ser atribuído a democracia. Se este é o regime que todos julgam o melhor, não deveria ele, se prestar para justificar um ato espúrio como a corrupção. Também não deveria justificar a subtração do dinheiro de uns para o privilégio de outros. Mas tudo em nome da democracia e das leis que garantem o bem estar social.
            Neste país, se faz leis, sempre para beneficiar, nuca para prejudicar. Umas beneficiam o idoso, outras, o jovem, ou o deficiente, o negro, a mulher,  o indígena, quilombola, religiosos, favelados, possuidores de automóveis que não poluem, estudantes, pequenos empresários, agricultores etc. Eu poderia encher uma página de classes beneficiadas e acharia somente uma palavra para classificar as que foram prejudicadas. Todos.
            Sim. Todas as classes são prejudicadas, porque todas são beneficiadas, isto é o maior sofisma que se pode conceber. Sempre que se beneficia um segmento da sociedade, tem que, obrigatoriamente se prejudicar outro. Isto é da contabilidade, vem da primitiva lei das partidas dobradas do frei Luca Pacioli, que explica simplesmente que a todo o débito, deve haver um crédito correspondente e vice-versa. Esta lei contábil somente é contradita pela imbecilidade de quem segue votando em políticos demagogos que vivem prometendo o impossível.
            Muitas destas promessas, vem de encontro ao que é o mais óbvio possível. Um exemplo é a promessa do fim do fator previdenciário, quando que o que seria mais lógico, seria aumentar o tempo de contribuição e não a diminuição, tendo-se em vista que a expectativa de vida da população só aumenta e não diminui.
            Existem também leis que incrementam o tempo de contribuição do trabalhador, sem ele ter contribuído para isto. É a mágica da demagogia, cria-se uma receita, sem se ter a proporcional despesa.
            Se algum governante, tentar resolver este tipo de problema, será considerado um maldito, enquanto que o seu criador, foi um herói benfeitor, que só queria o bem do povo.
            Temos que ter presente de que tudo o que vem a nos beneficiar hoje, será pago por nossos herdeiros. A crise na Europa, não é nada mais do que o resultado de tudo o que vem se pregando nos países, que chegaram tardiamente a industrialização. Não podendo retroceder nas benesses concedidas, e sem ter como sustentá-las, a crise no governo torna-se inevitável.  
            Os governos populistas, não medem o mal que estão causando as gerações futuras, quando tomam medidas irresponsáveis. Tal qual uma droga, que causa um aparente prazer, no momento do seu uso, causarão no futuro, um mal  geometricamente proporcional ao bem causado no presente.

Afonso Pires Faria – Caxias do Sul, 08.10.2011.

3 comentários:

  1. Caro Afonso, tenho que te dar razão em alguns pontos e discordar de outros. Acredito na democracia, não gostaria de viver em outro regime de governo. A corrupção não tem nada a ver com o regime político, mas com a falta de caráter de pessoas eleitas pelo povo para representá-los e defendê-los. Pessoas que usam de uma boa lábia, ou escrevendo de forma políticamente correta, se utilizam da retórica para convencer as criaturas que se deixam encantar. Geralmente quanto mais falante e desinibida a pessoa é, mais fácilmente se coloca em evidência e, portanto, tem mais probabilidade de seguir carreira política. Ganhar, serem eleitos é sua meta. Depois disso, o povo que se dane. Daí o caráter que nunca existiu se torna visível quando são publicizadas as falcatruas, rombos, roubos e afins. Portanto, se não fossem esses desvios o país teria verbas suficientes para todos os programas sociais. Como os valores surrupiados não retornam ao erário público, a situação está difícil. Não concordo com diminuição de gastos no social. Também não concordo com salários injustos e muitas vezes insultosos por desrespeitarem a tragetória e a história de vida e colaboração no progresso do Brasil, pelos trabalhadores. Os governos devem ser populares, não populistas. Se utilizarem bem todas as verbas dos impostos advindas de muitos meses que cada um de nós trabalha todo ano para pagar, com certeza a conta seria paga agora. Nada restaria para ser pago pelas gerações futuras. Realmente existem algums ajustes a serem feitos, mas muito de bom já foi realizado.
    Maria Geneci

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  2. Afonso, fraterno :

    Recebi com alegria teu comentário. Agradeço pelos elogios. E aceitei a recomendação do uso de apenas textos de minha autoria. Tanto que fiz uma limpeza grande...rsssss
    Obrigado pela sugestão.
    Dá uma olhada como ficou, muito embora tenha que limpar muito mais.
    Abraço

    James Pizarro
    Praia de Canasvieiras
    Florianópolis, SC

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  3. Admirável a sua honestidade!!

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