O nosso mundo vai mudando de tamanho
conforme o tempo passa. Quando ainda criança, por ignorância não temos a
dimensão exata do universo nem da terra e sequer do país em que vivemos. Passam
os tempos e já com noção das proporções começamos a sonhar, e sonhar alto.
Podemos ir onde quisermos, só nos falta a logística para isso. Mas temos
vontade. O tempo vai passando e mesmo que as facilidades materiais nos
proporcionem alçar voos mais longos, outros fatores nos impedem. Temos a
família a qual nos apegamos, os primeiros compromissos com os estudos e também
alguma falta de recursos financeiros, por isso vamos nos restringindo a um
espaço menor. Mas ainda temos vontade de morar em um país diferente, e vendo
que isso é dificultado pelas leis internacionais, nos contentamos e nos
imaginarmos morando em estados e cidades diferentes para conhecermos outras
pessoas e costumes que não os nossos. Mas formamos família e essa vontade vai
arrefecendo, nos conformamos em mudar nossa morada não por vontade própria, mas
por motivos profissionais. Passa o tempo e adquirimos um imóvel, já começamos a
investir nele, melhora-lo, adaptar as nossas necessidades físicas pois a nossa
locomoção já não é a mesma do que a da nossa juventude, e assim vamos ficando
cada vez mais enraizados na nossa cidade. Depois no nosso bairro, rua e casa.
Triste é a chegada do dia que o espaço fica restrito a uma só peça, o nosso
quarto e a um só móvel, a nossa cama.
Segundo alguns excelentíssimos
Ministros do STF, é constitucional agir ao arrepio da Constituição, quando isto
é para salvar vidas. Em uma atitude completamente relativista, estes senhores
agora se arvoraram ao direito também de dizer o que é e o que não é “salvar
vidas” ao tolher o direito de celebração de cultos religiosos, alegando tal periculosidade.
Isto já se desenhava quando chegou para julgamento a tão importante corte, a
tarefa de decidir se pode ou não ser oferecido o saleiro na mesa de
restaurantes. Sim, o sal em excesso causa morte, mas daí tal decisão caber ao
STF, seria passar recibo de anarquia total em nosso país. Nenhum país sério
teria coragem de estimular seus empresários a montar um negócio em um país com
um sistema jurídico e político nestas condições. Pelo que estamos vendo ocorrer
nos poderes que regem as leis, logo estaremos vivendo em condições precárias. O
pior é que isto não é um acidente. É um plano bem sucedido.
Que a esquerda, sem o menor escrúpulo, se apropria de toda e qualquer
narrativa por menos coerente que possa parecer, isto já é sabido. Avançam e
quando são desmascarados criam uma nova fábula para ser considerada como se
real fosse. Nada de lógica, respeito às leis existentes ou sensatez se exige
das reivindicações quando estas partem dos ditos “movimentos sociais”. Se é
social é para o bem e se é para o bem, todos nós temos que aceitar, aplaudir e
venerar. Quando se trata de minorias então, a coisa fica praticamente
incontestável. De nada adianta fazer leis que as contestem. Estas certamente
entrarão em conflito com as que a esquerda considera como sacrossantas. Quem
pouco estudou a história acredita piamente que o nosso território, antes da
chegada os colonizadores, era uma paz total. Não haviam conflitos e todos os habitantes
viviam em plena harmonia. Nada disso é verdade, mas dane-se a verdade, o que
vale é a narrativa politicamente correta. Se bem enfeitado, um bolo de merda é
degustado com louvores pelos que querem agradar o anfitrião.
Afonso Pires Faria, 28.08.2023.
Nenhum comentário:
Postar um comentário