segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

SE FOI A GATEADA COM A CINTA.

 

Somente a partir do dia 05/01/2023 é que eu vou me manifestar sobre o que ocorreu no nosso país nos últimos dois anos. É muito fácil, eu sei, fazer críticas as atitudes que não foram tomadas por pessoas que as deveriam agir no exato momento do fato. Muitos criticam o que ocorreu no nosso país referente a inação dos outros dois poderes frente as atitudes daquele que somente é um suporte deles. Hoje eu digo que o momento de ter agido, foi quando o Barroso cruzou a praça e interferiu na vontade do poder legislativo diante da decisão, já tomada, de adotar o voto impresso. Quando ele parafraseou o José Dirceu dizendo que “eleições não se ganha, se toma”, e não foi preso, foi perdida a grande e única oportunidade de se evitar o mal maior. Alguns detentores de mais conhecimentos deveriam imaginar que aquele não era o momento mais conveniente e postergaram o ato. Quem sabe imaginavam que os togados iriam agir cada vez mais fora da lei, e com isso seriam mais incriminados e que os excluídos da vida pública, seriam em maior numero. Pois seguiram. Seguiram e nada foi feito, até culminar com o que estamos vendo hoje: a eminência de vermos general de quatro estrelas, bater continência para um grandessíssimo filho de uma puta. Coisa esta que eles, no alto de seus coturnos juraram que não aconteceria. Repito; não tenho conhecimento de todos os fatos que levaram o alto comando das FFAA, agirem com estão agindo, segundo o meu conceito, de uma forma covarde. Como não tenho a mesma capacidade do nosso PR, que se disse “imbrochável”, eu o sou, e logo após a promulgação do resultado do segundo turno das eleições, não tive a menor capacidade de escrever e publicar nenhuma linha a respeito dos fatos ocorridos no nosso país. Imaginei que os comandantes da nação estivessem se espelhando em Napoleão, quando disse que não deveríamos impedir o inimigo de agir, quando ele tivesse cometendo erros. No nosso caso os erros eram absurdos e dignos de serem considerados como atos de amadores. O nosso comandante, agindo candidamente dentro das regras, via o nosso inimigo cada vez mais “sambando” fora delas. Nada fez. Eu imaginava que o contragolpe seria proporcional ao tamanho das ilegalidades cometidas pelos inimigos da pátria. Eles seguiam cometendo crimes e o povo todo orando. E o nosso presidente bradando que agiria na hora correta e que o povo deveria seguir na frente do acantonamento daqueles que os iriam salvar. Infelizmente a minha percepção hoje, é a de que os nossos pretensos salvadores foram exatamente aqueles que nos traíram. O povo, principalmente aqueles que perderam dias preciosos das suas vidas junto aos familiares e deixaram de produzir, merecem explicações do que foi que deu errado. Se o Presidente dizia com tanta convicção que a salvação seria viria daqueles que não tiveram suas reivindicações atendidas, o que se esperava é que, ou eles entregariam o segredo das urnas ou pagariam o preço, pela negação. Mas não ocorreu nenhuma coisa nem outra. O que houve então? Ainda podemos nutrir esperanças? O nosso congresso fará impeachment de algum ministro da suprema corte? Supomos que sim. Mas vocês sabem muito bem quem nomeará os seus substitutos não é mesmo? Sempre acreditei que pudesse haver algo que nos salvasse das mãos dos vermelhos, não tinha nenhuma informação privilegiada como muitos influenciadores diziam ter, mas acreditava que a coisa seria provável. Nunca descartei a possibilidade de que o pior acontecesse, mas tinha fé. Agora, espero estar errado novamente quando digo que: se subiu a rampa, não desce mais. Meios para isso não lhes faltam. Dirão os crédulos: ah, mas as leis! Sim as leis, se fossem cumpridas, a coisa não chegaria aonde chegou. Seguirão agindo fora das quatro linhas, e agora com dois dos três poderes a favor deles. Nós seguiremos orando, acampando na frente das escolas, depois dos quarteis, iremos para cima de uma ponte, e por fim nos jogaremos de lá de cima, ou os nossos corpos cairão no rio com um tiro na nuca. Eles já ameaçaram isso e nada lhes aconteceu. Não foi considerado ato antidemocrático, assim como foi, rezar e pedir socorro na frente dos quarteis. Penso que: “consummatum est”.

Afonso Pires Faria, Torres, 01.01.2023.

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