quarta-feira, 4 de maio de 2022

FORA DAS QUATRO LINHAS.

 

Definitivamente estamos vivendo tempos plúmblicos no nosso país. Uma clara inversão de valores e desrespeito às normas democráticas vigentes. Não importa mais o que é dito e sim quem disse. Inverte-se a periculosidade de uma atitude para o bem ou para o mal, dependendo de onde ela veio e para onde foi. Se um ato é cometido, dependendo da ideologia de quem cometeu, ele é perdoado ou culpado segundo a vontade de um dos três poderes. Os outros dois nada podem resolver. O dano da atitude também depende do lado em que o agente está. Assim, uma palavra de ofensa do lado oposto ao que o poder supremo é simpático, pode gerar prisão, mesmo este tendo total direito proferir as palavras. Diametralmente oposto a isso, uma atitude de agressão verbal ou até mesmo física de uma pessoa ou grupo que é do lado dos que se julgam donos da verdade, mesmo sendo contra estes, não sofrem sequer uma reprimenda. Um grupelho que representa um movimento vermelho, invadiu a pocilga onde onze suínos trabalhavam e nada aconteceu, exceto a fuga dos porcos, pela porta dos fundos em um claro ato de covardia. Mas bastou um representante do povo apontar o dedo para os desmandos que a vara estava cometendo que, por ser este de lado oposto e, mesmo tendo direito a isso, foi decretada a sua prisão. Fica difícil assim, combater a injustiça, quando os que a deveriam preservá-las, a estupram. Um dos frequentadores deste local imundo, chegou a sugerir que se modifique a lei para que ela se adeque ao que ele diz pois afirma que a liberdade de expressão, se não limitada se torna um risco. Não achei este artigo no livrinho que ele deveria estar defendendo.

 

Todos aqueles que lutavam contra o "capitalismo selvagem" e as "ditaduras", hoje defendem que as indústrias farmacêuticas lucrem exorbitantemente com uma doença criada por um país governado por um ditador. Ou seja: agora defendem o capitalismo selvagem e a ditadura. Eles se dizem defensores da vida e da ciência. Sim, até que isto lhes seja desfavorável.

Afonso Pires Faria, IV.V. MMXXII.

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