Vejam como são as
coisas. Os modismos no vestuário e as mudanças comportamentais são vistas
naturalmente e sem muita imposição ou espanto. Não são escondidas, e sim
divulgadas. Mas existem algumas formas de comportamento que são praticamente
impostas e que nós não temos discernimento de percebê-las. Eu ficava irritado
quando ouvia nos meios de comunicação falado, o excesso do uso da expressão
“com certeza”. Ninguém era capaz de iniciar a resposta de um questionamento que
não utilizasse esta maldita expressão, mesmo que depois viesse em complemento o
“eu acho que”. Ficava assim: - com certeza, eu acho que .... Paradoxal não é
mesmo. Agora veio o modismo do “a gente”. Extirpou-se do nosso vocabulário os
pronomes pessoas eu, tu, ele, nós etc. Tudo é a gente. Isto não escapa nem dos
mais letrados. Agora se ouvirmos um cidadão comum falando sobre qualquer
assunto, e lhe suprimirem as expressões “a gente”, “aí” e “né”, ele fica
praticamente mudo. O pior é que pode piorar, e está piorando. Vejam que o que
era normal ser utilizado como chacota, agora ficou proibido. Falo das
expressões de cunho racista, feminista e de gênero. Negrão, mulherzinha e
veado, passaram a ser crime. Foi proibido e não nos importamos. Basta não
utilizar e nos safamos do castigo. E quando tu achas que chegamos no fundo do
poço, olhamos para baixo e eles continuam cavando. Agora querem nos obrigar a
utilizarmos algumas expressões que já foram deturpadas com a supressão dos
pronomes pessoais para uma neutralidade de gênero. Em breve tu serás castigado
se utilizares eu eles. O correto é “elis”. E não se discute mais. As aberrações
linguísticas chegaram a tanto, que um profissional da comunicação esportista é
capaz de pronunciar a frase “o Flamengo perdeu do Grêmio em pleno Maracanã,
com o estádio completamente lotado”, sem sequer ruborizar-se ou ser
admoestado por nenhum de seus colegas.
Tenho evitado me
aproximar de pessoas das quais eu suponho estarem, pelo menos temporariamente,
perturbadas mentalmente. Creio que tudo isso passará e eu volte a me aproximar
delas. Isto já aconteceu comigo a bastante tempo atrás. Só não foi tão dolorido
como agora pois muitos dos que estavam errados, voltam a errar. Pior. Alguns
que estavam no lado certo da trincheira, mudaram de lado. Justamente agora que
os fatos são muito mais reveladores para se escolher o lado certo.
Afonso Pires Faria, 01.10.2021.
Como sempre, muito assertivo!
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