Algumas idiossincrasias são ditas e passam batidas. Frases
bonitas e politicamente corretas na boca de infames, de nada valem. Vejam
algumas pérolas: Um Ministro falou que o Presidente não pode deixar de cumprir
uma ordem judicial emanada pelo STF. Sim, em termos não pode mesmo, mas e se
esta ordem for inconstitucional, como fica? O correto seria mandar prender o
agente que proferiu a ordem. Cria-se uma narrativa falsa, que é repetida, até
que se torne como se verdade fosse. Alteram o significado do que foi dito,
dando um ar de golpismo para solicitação de um simples cumprimento da lei. Pior
ainda quando invertem totalmente os fatos. Os detratores do Presidente,
utilizando termos pejorativos, o acusam de insuflar atos de violência e estes,
mesmo não tendo causado nenhum dano, assim ficam como se fossem. Já os atos de
vandalismo causados pelos opositores, que queimam o nosso pavilhão, depredam,
saqueiam e picham o patrimônio público e privado, são considerados como atos
pacíficos de reivindicação de cumprimento da lei. Dizem e fazem todas estas
estrepolias, sem sequer corar a face e ficam impunes. Para estes insanos, não
existe fake News.
Como poderíamos
explicar a uma pessoa que chegasse ao nosso país agora, de como se comportam os
seus habitantes na atualidade? Vamos ao caso da pandemia. Um país asiático
criou o vírus e por culpa ou dolo, deixou-o escapar para o resto do mundo.
Alguns governantes de outros países, fecharam as fronteiras para evitar a sua
propagação imediata. O governo brasileiro foi impedido de fazê-lo por ordem do
STF que atribuiu aos estados e municípios a administração da crise sanitária.
Ao governo federal coube única e exclusivamente suprir de recursos governadores
e prefeitos. Estes pegaram o dinheiro e fizeram dele o uso que acreditavam ser
o correto. Compraram respiradores, alguns não foram entregues. Instalaram
hospitais de campanha, e desmontaram mesmo no auge da pandemia. Alguns pagaram
as dívidas que tinham com o funcionalismo. Como a coisa estava sendo mal
administrada os Ministros do Supremo obrigaram o Senado a instalar uma CPI para
averiguar os desvios. Agora pasmem: do Governo Federal. Sim, já que o
Presidente é um negacionista, genocida e, segundo o presidente da comissão, é
também motociclista. Até agora somente conseguiram apurar que o ministério
responsável pela compra das vacinas, quase não conseguiu impedir que os
lobistas vendessem produtos superfaturados ao governo. Quase um crime de
lesa-pátria, segundo os componentes da mesa. Já os superfaturamentos e desvios
cometidos pelos estados e prefeituras não foram apurados por não ser alvo da
referida comissão.
Vejam só o paradoxo. As urnas eletrônicas
do Brasil, sob a guarda da nossa Justiça eleitoral, foi invadida por um haker
que ficou manipulando seus dados por mais de seis meses. Este crime somente foi
descoberto porque o elemento se acusou. Mas se alguém falar que as urnas não
são seguras, corre o risco de ser processado por disseminar “fake News”. Onde
está a lógica?
Seria de muito bom alvitre que os
bolsonaristas não ficassem cantando vitória e tentando humilhar os petistas e
muristas. Faz parte da conduta do bom vencedor, não humilhar o derrotado. Uma
provocação, mesmo que inocente, pode causar no inimigo uma atitude tresloucada
e uma incontrolável sede de vingança. Isto é tudo o que o nosso país não
precisa. Qualquer animal acuado age com os instintos mais primitivos que possui
e isso é prejudicial ao meio em que vivem tanto o vencedor como o vencido.
Afonso Pires Faria, 17.09.2021.
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