A PENA PARA OS GATOS
Elpídio Santana/Administrador
Os gatunos estão soltos atemorizando a população. Não me refiro aos felinos no cio, como a gataiada da vizinhança, que não deixam ninguém dormir sossegado. Aqui nas redondezas, sobre muros e telhados, é diuturna a farra dos bichanos com seus gemidos e gritarias, mais parecem aos áudios dos filmes de sacanagem. Durma-se com esse barulho.
Mas não é para esses felinos que chamo a atenção. Todos sabemos que, por força de legislação recente, foram soltos algumas dezenas de presidiários e que recai sobre alguns, talvez injusta, a suspeita da onda de furtos e arrombamentos na cidade. Digo talvez injusta, pelo fato de que antes dessas pessoas terem sido postas em liberdade, já ocorriam esses ilícitos.
Se tais delitos são praticados por alguns daqueles que estavam presos ou se praticados pelos que estavam soltos, isso pouco importa diante do fato principal.
O fato: A população está receosa de ser atacada por esses pobres coitados.
Se já é difícil para o cidadão “ ficha limpa” ganhar o pão de cada dia, podemos dimensionar a dificuldade de um indivíduo, recém posto em liberdade, para matar esse leão de cada dia. Quem duvida que alguns desses, embora estivessem reclusos, ainda sejam dependentes de droga?
Penso que essas pessoas deveriam ser submetidas a uma espécie de quarentena, período de adaptação ao meio social, um limbo, como aprendemos nas aulas de religião, onde não lhes faltasse o alimento, o vestuário e até um eventual trabalho de que dispunham no presídio, ainda que, precariamente. Por força desse argumento, não se quer comparar a liberdade, ainda que restrita, com a melhor das prisões como na cela onde cumpria pena o banqueiro Cortês, da novela das oito.
Infelizmente a recuperação desses indivíduos quase sempre não acontece, muito por efeito das precárias condições da maioria das penitenciárias brasileiras, assunto bem conhecido de todos nós.
A propósito, na cidade de Maracá, na Bahia, foi imposta a pena a um menor, obrigando-o a freqüentar as missas dominicais durante um mês. O magistrado argumentou na sua decisão que essa é uma forma de ressocialização daquele menor; que inserindo-o numa religião seria um meio de levá-lo a pensar na vida e em Deus. O jovem, com 17 anos, havia batido o carro contra o muro de uma igreja da cidade.
Muito bom. Realmente apropriado para o momento. Alessandro Augusto Bernardes dos Santos.
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