A forma de vermos as
coisas vão se alterando com o passar dos tempos e de acordo com os usos e
costumes da época. O mal ou o bem causado por uma atitude podem variar de
acordo com o estado de espírito do receptor ou até mesmo da forma com que o
emissor à profere. Não devemos perder amigos por causa de futebol, religião ou
até mesmo por política, isto é certo e está sendo muito propalado para que se
evitem exacerbações nos comportamentos que venham a macular o que era um bom
relacionamento. Mas também devemos levar em consideração os paradoxos
explicitados nas atitudes do nosso companheiro. Ele torcia para o time
adversário e era vítima de gozações e também às fazia, assim também ocorriam
brincadeiras referente a religião. Mas chegaram as eleições e os ânimos se
acirraram. Não se pode mais falar mal do candidato oponente que já é motivo
para um profundo desentendimento. Devemos cuidar sim, sermos tolerantes para
com as opiniões alheias e opostas as nossas. O que se deve ter também em conta
é a contumácia de atitudes do seu amigo, diametralmente opostas ao
comportamento e ensinos que lhe foram ministrados, e que ele antes seguia. Se
era católico fervoroso e começa a frequentar terreiros de umbanda e depois
seitas satânicas, devemos notar uma mudança radical do seu comportamento e
procurarmos manter alguma distância de seu convívio referente a este assunto.
Se torcia para o seu time e começa somente a ir a jogos do adversário, já não
pode fazer parte da torcida organizada da agremiação na sua cidade. Mas fica
mais séria a coisa quando o assunto é política. Não a política de forma
superficial, mas a que envolve ideias e atitudes. Se teu amigo, dantes de bom
caráter, começa a defender todo e qualquer tipo de comportamento em defesa de
uma causa que julga ser justa, dá-nos motivo para que desconfie que, um dia
poderá vir a te trair. Quando ele defende inescrupulosamente, bandidos que o
prejudicaram, deixa de ver o óbvio, as paixões partidárias lhes cegam e perde
totalmente o senso do ridículo ao se desdizer com frequência, esta pessoa
poderá continuar sendo um amigo mas deve-se manter dele uma certa distância,
tanto física quando afetiva. Poderá ele voltar a ser novamente uma pessoa arrazoada
e reconhecer os seus erros e tornar-se, novamente digno de confiança e apresso.
O problema é que tem uma certa linha ideológica que não permite estes recuos.
Infelizmente não perdemos um amigo e sim, ele foi que provocou um afastamento
inevitável e necessário.
Afonso Pires Faria,
21.10.2018.
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