Quem são e o que reivindicam, os grupos
intitulados de Black Blocs? Pelo que entendo eles estão lutando por mais
direitos e por democracia. Para atingir seus objetivos depredam, picham muros e
enfrentam com violência quem os reprime. Até hoje as suas ações violentas,
causou a morte de um cinegrafista. Não acho correto deixar estes atos impunes. O
que a sociedade deve ter presente é que estes elementos, hoje considerados fora
da lei, podem, no futuro, beneficiarem-se financeiramente pelo fato de terem
sido reprimidos.
Quando os militares ocupavam o governo, havia
um partido de oposição, o MDB, que lutava para que houvesse mais democracia no
nosso país. Eles julgavam o regime militar autoritário e clamavam por mais
direitos. Tudo dentro das normas vigentes na época. Porem havia também um grupo
que lutava para tomar o poder, mas não para implantar uma democracia, mas para
implantar a ditadura do proletariado. Duas formas de se fazer oposição, uma na
legalidade e com fins democráticos e outra violenta com fins ditatoriais.
Se traçarmos um paralelo com o que reivindicam
hoje, com o uso da violência, os Black Blocs e o que reivindicavam os grupos
guerrilheiros do tempo do regime militar, veremos uma grande semelhança entre a
forma de agir. Haverá uma diferença no número de vítimas fatais e o número de
entidades reivindicantes. O propósito de ambos era semelhante. O primeiro
queria derrubar uma pretensa ditadura para implantar uma mais bem fundamentada,
a do proletariado, o outro quer derrubar uma democracia para implantar uma mais
eivada de direitos.
Se aqueles que lutaram e mataram para
implantar uma ditadura, por serem reprimidos, hoje se acham no direito de serem
indenizados por isto, porque os de hoje, no futuro, não poderão reivindicar os
mesmos direitos? Preparem os cofres da viúva. Assim como os governos são
pródigos em premiar os nossos heróis jogadores de futebol, não hesitarão em
indenizar fartamente as vítimas da repressão de hoje. A “Sininho” passou a ser
um bom partido. Quem casar com ela terá, possivelmente, uma prole sem problemas
financeiros.
Afonso Pires Faria – Caxias do Sul,
05.08.2014.
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